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Voltar Publicada em 27/09/2021 | Política

VÍDEO – Marcos Rogério e o Rolex de ouro de R$ 78 mil da Precisa: “Culpa é do PT”


O senador Marcos Rogério (DEM-RO) postou, no começo da tarde deste domingo (26), um vídeo no perfil pessoal no Twitter negando que o relógio suísso da marca Rolex, que usa, seja o mesmo Rolex de ouro de R$ 78 mil citado na CPI da Pandemia como um presente da Precisa Medicamentos.

A empresa é investigada por suspeita de corrupção na compra de 20 milhões de doses inexistentes de vacina indiana Covaxin, com sobrepreço de 1.000%.

Na gravação, o senador rondoniense culpa o PT e a oposição pela polêmica envolvendo o relógio de luxo.

O Rolex da discórdia
Semelhante ao mito grego do pomo da discórdia, que também era de ouro, a polêmica envolvendo o Rolex de R$ 78 mil começou durante o depoimento de Danilo Trento, dono da empresa Primarcial Holding e Participações e diretor-executivo da Precisa Medicamentos à CPI da Pandemia, no dia 23 de setembro.

O vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), revelou que a empresa teria comprado o relógio de ouro de uma joalheria de Curitiba. A suspeita da Comissão é que o relógio tenha sido adquirido para beneficiar integrantes do governo federal.

À CPI, Danilo Trento confirmou a compra, mas afirmou que era um presente.

A partir da suspeita, os internautas aproveitaram a deixa e lembraram que o senador Marcos Rogério (DEM-RO) possui um relógio igual e brincaram: “Pra quem seria o presente?”

O senador Randolfe Rodrigues também tuitou sobre o assunto e teve até uma “mãozinha” do mago e escritor Paulo Coelho:

Marcos Rogério faltou em duas sessões da CPI da Pandemia, incluindo a que ouviu Danilo Trento. Teve quem ligasse o fato ao Rolex do senador, o que foi negado pelo político rondoniense no vídeo postado neste domingo (26).

 

O escândalo da Precisa
Documentos do Ministério das Relações Exteriores mostram que o governo comprou a vacina indiana Covaxin por um preço 1.000% maior do que, seis meses antes, era anunciado pela própria fabricante.

Telegrama sigiloso da embaixada brasileira em Nova Délhi de agosto do ano passado, ao qual o jornal O Estado de São Paulo teve acesso, informava que o imunizante produzido pela Bharat Biotech tinha o preço estimado em 100 rúpias (US$ 1,34 a dose).

Em dezembro, outro comunicado diplomático dizia que o produto fabricado na Índia “custaria menos do que uma garrafa de água”.

Em fevereiro deste ano, o Ministério da Saúde pagou US$ 15 por unidade (R$ 80,70, na cotação da época) — a mais cara das seis vacinas compradas até agora.

A ordem para a aquisição da vacina partiu pessoalmente do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A negociação durou cerca de três meses, um prazo bem mais curto que o de outros acordos.

No caso da Pfizer, foram quase onze meses, período em qual o preço oferecido não se alterou (US$ 10 por dose). Mesmo mais barato que a vacina indiana, o custo do produto da farmacêutica americana foi usado como argumento pelo governo Bolsonaro para atrasar a contratação, só fechada em março deste ano.

Diferentemente dos demais imunizantes, negociados diretamente com seus fabricantes (no País ou no exterior), a compra da Covaxin pelo Brasil foi intermediada pela Precisa Medicamentos.

A empresa virou alvo da CPI da Covid, os senadores querem entender o motivo do contrato para a compra da Covaxin ter sido intermediado pela Precisa, que em agosto foi alvo do Ministério Público do Distrito Federal sob acusação de fraude na venda de testes rápidos para covid-19.

Na ocasião, a cúpula da Secretaria de Saúde do governo do DF foi denunciada sob acusação de ter favorecido a empresa em um contrato de R$ 21 milhões.

Em depoimento ao Ministério Público, um servidor do Ministério da Saúde aponta “pressões anormais” para a aquisição da Covaxin. O funcionário relatou ter recebido “mensagens de texto, e-mails, telefonemas, pedidos de reuniões” fora de seu horário de expediente, em sábados e domingos. Esse depoimento está em poder da CPI.

O interesse do Brasil na Covaxin foi registrado formalmente em carta de Bolsonaro ao primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, em 8 de janeiro.

Na ocasião, o brasileiro informou ter incluído o imunizante no Plano Nacional de Imunização. Quatro dias depois, a Bharat Biotech anunciou em seu site que havia assinado um “acordo com a Precisa Medicamentos para fornecimento de Covaxin para o Brasil”.

Segundo o anúncio da empresa, o embaixador do País na Índia, André Aranha Corrêa do Lago, havia expressado o interesse do governo brasileiro em adquirir o imunizante indiano.

Devido à denúncia de superfaturamento, o Ministério da Saúde cancelou o contrato de compra do imunizante no final de julho. O caso é um dos principais investigados pela CPI da Pandemia no senado.

 

Fonte: Rondoniaja

ATENÇÃO SR(s) INTERNAUTAS

Este site acompanha casos policiais. Todos os conduzidos são tratados como suspeitos e é presumida sua inocência até que se prove o contrário. Recomenda-se ao leitor critério ao analisar as reportagens.

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