Com o passar dos tempos tudo a nossa volta tende a se tornar uma rotina, essa regra vale para tudo. E com isso vamos ficando cada dia mais mal acomodados e não nos damos conta que gradativamente as coisas estão sendo alteradas, algumas inclusive atrasam nossa vida e outras nem tanto.

Acostumamos-nos facilmente com a lâmpada queimada na despensa da casa, aquele vazamento do carro, o computador da empresa que já está lento por acumulo de vírus e não nos mexemos para chamar o técnico. Dentre outros exemplos que poderia citar aqui, para provar que somos tão relapsos em assuntos comuns do nosso cotidiano, mas que acabamos transferindo esse conceito negativo para outras esferas de nossa vida, que podem afetar nosso futuro.

Seguindo essa linha de pensamento, gostaria de raciocinar sobre um tema que muitos nem gostam de ouvir falar, outros pouco comentam, mas que é preciso um esforço de todos no sentido de um envolvimento, mesmo que superficial, embora isso já seria o suficiente para que mudanças possam ocorrer no campo da política de nosso país.

Acostumamos-nos com os problemas da nossa rua, onde o cano estourado da esquina já não nos incomoda, embora isso já esteja ocorrendo há meses e causando prejuízos para nós mesmos, que no final teremos que pagar a conta. Achamos que a conclusão de uma obra de R$ 20 Milhões de reais, como é o caso da duplicação da ponte sobre o Rio Machado, não tem problema se ainda não está 100% concluída, afinal faltam apenas 4% e podemos conviver com a “alguns detalhes” como viadutos sem terminar servindo de local para usuários de entorpecentes utilizarem.

Quando a Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia (CAERD), não faz o serviço corretamente e a adutora rompe na cabeceira da ponte, acostumamo-nos com o desvio de percurso da pista que causa um grande transtorno no trânsito, inclusive com acidentes e prejuízos para todos e a cratera que se formou já passa a fazer parte da “paisagem” do local.

O anel viário até hoje não está pronto, mas parece que estamos satisfeito pois o asfalto que ainda não existe parece ser algo supérfluo, afinal um pouco de poeira os motoristas podem suportar. Em breve as obras de duplicação da BR 364 no perímetro urbano da cidade irão começar e com o anel viário do jeito que está, teremos uma ótima oportunidade de testar nossa paciência com as filas de veículos aguardando a vez para trafegar de um distrito para outro.

Acompanhamos o “caso Thais” que levou milhões de nossos impostos para as contas de bandidos e ninguém foi punido, mas já nos esquecemos de tudo, afinal o próprio ditado criado por nós mesmos diz: “o povo tem a memória curta!”. A administração atual que supostamente teria perdoado dívidas milionárias de grandes grupos empresariais da cidade é a mesma que dá ordem de despejo e toma o “barraco” do pobre se deixar de pagar seus impostos, mas nos acostumamos e deixamos para lá.

Poderíamos falar de tantas outras situações que agüentamos calados, em uma atitude que deixa claro aos políticos que somos acomodados, ou hipnotizados pela ignorância a ponto dos mesmos nos enxergarem assim e com isso mais um ano eleitoral está as portas, uma grande oportunidade para sacudir o comodismo e dizer que acordamos, votando corretamente e daqui pra frente exigir que tudo seja diferente, pois não podemos continuar “dormindo”, enquanto eles estão “acordados” demais.

Vamos abrir o olho, afinal só é cego quem não quer ver!

Fonte: Cláudio Moraes/Notíciageral.com