No meio da madrugada da última terça-feira, dia 24, indivíduos invadiram uma propriedade rural na Linha 90, no perímetro rural de Ji-Paraná e subtraíram 38 cabeças de gado “mestiço”. De acordo com o boletim policial, pelas marcas deixadas no local, os bandidos utilizaram um caminhão boiadeiro para transportar o gado. O proprietário, que não reside no local, só foi dar falta do gado no outro dia.
Ao fazer uma busca minuciosa pelo curral, a vítima acabou encontrando uma espécie de lacre de um frigorífico, que foi deixada no local. Com estas informações, a equipe de Policiais Civis do DERF, com apoio de Policiais Militares do 2º BPM, chegaram até ao caminhão que foi utilizado no crime.
O dono do caminhão, identificado como Leones Pereira Rosa, admitiu que foi contratado para realizar o frete, porém chamou um vizinho para levar o caminhão até o município de Vale do Anari. Ele ainda informou que foi contrato por duas mulheres para fazer o transporte.
Continuando com as diligências, já por volta das 20h00, de quarta-feira, dia 25, os policiais conseguiram localizar as supostas mulheres. Elas foram identificadas como Gislaine Freire Ferreira Soares e Kátia Pio. Katia encontra-se cumprindo pena no regime Domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica pelo crime de Tráfico de Drogas.
As duas suspeitas admitiram que contrataram o caminhão, mas negaram a autoria do furto. Uma delas acabou imputando a autoria do furto ao ex-presidiário que foi assassinado na noite de quarta-feira, Amós Vieira Carvalho.
Amós também foi reconhecido, através de fotografias, pelo motorista do caminhão que afirmou tê-lo visto no curral do sítio, no dia do embarque.
Por volta das 02h00, os Policiais conseguiram obter a localização exata do local onde o gado estava escondido e com o apoio de Policiais Militares do Núcleo de Inteligência do 8º BPM, em Jaru, e Policiais Militares de Vale do Anari, a fazenda suspeita foi cercada.
Todo o gado foi encontrado no meio do pasto e já estavam marcados com um sinal diferente, em forma de “cruz”, em cima das marcas antigas. O caseiro desta propriedade, localizada na Estrada Linha 605, travessão C50 Km 03, no município de Vale do Anari, falou que a fazenda está arrendada para terceiros e que o filho do proprietário, identificado como Fernando Ribeiro de Castro, residente em Jaru, mandou desembarcar o gado no curral, onde, segundo ele, seria remanejado para outra fazenda depois de dois dias. Um vaqueiro que cuida do gado do atual arrendatário também confirmou as informações do caseiro e informou que Fernando havia dito que o gado iria ficar ali por apenas dois dias, pois o IBAMA estava fazendo uma fiscalização nas suas terras.
Fernando Ribeiro foi encontrado em sua residência e conduzido para a delegacia de polícia. Durante seu depoimento, na companhia de sua advogada, ele negou todas as acusações e falou que não sabia sobre a procedência ilícita do gado. Segundo ele, uma amiga de Ji-Paraná ligou durante a madrugada pedindo ajuda, pois estava levando um gado para Machadinho e o motorista do caminhão estava perdido na cidade de Vale do Anari. Então, ele autorizou que o gado permanecesse na propriedade por apenas alguns dias.
Fernando também falou que marcou o gado no intuito de diferencia-los dos outros bois do arrendatário que já estavam no pasto, porém admitiu que a marcação utilizada no gado furtado não é registrada no IDARON.
Diante das histórias contadas ao Delegado Dr. Salomão de Matos Chaves, Titular da DPC de Jaru, Fernando Ribeiro foi ouvido e flagranteado pelo crime de “Receptação Qualificada”, crime inafiançável.
Fonte: www.comando190.com.br
Este site acompanha casos policiais. Todos os conduzidos são tratados como suspeitos e é presumida sua inocência até que se prove o contrário. Recomenda-se ao leitor critério ao analisar as reportagens.