No início desta semana, cerca de 100 pessoas arrendaram um terreno próximo ao Distrito de Santa Rosa, a aproximadamente 100 quilômetros de Ji-Paraná e a 20 KM da Sede da ICMBio, no rio Machado, e ameaçam invadir a Reserva Biológica ICMBio do Jaru, que é referência mundial, devido sua biodiversidade e também o habitat de espécies em extinção.
Segundo informações, ainda extra-oficiais, o grupo de invasores, que já possuem propriedades em outros locais, estão sendo comandados por um advogado que está prometendo lotes dentro da Reserva Biológica. O tal advogado, ainda está cobrando uma taxa de R$ 500,00 mensais e está alimentando os invasores com falsa promessa de que vai conseguir documentação legal, vinda direto do Presidente da República, para entrar nesta área federal.
Na última quarta-feira, dia 15, os invasores chegaram a matar duas novilhas e fizeram um churrasco em comemoração à invasão.
A equipe de reportagem do site comando190 foi até ao acampamento, intitulado ADEMA (Associação de defesa dos Agricultores Expropriados do Machadão), mas não conseguiram entrevistar ninguém. A entrada da equipe também foi barrada na porteira.
Um dos invasores, chegou a comentar com nossa equipe de reportagem, que o advogado, ainda não identificado, prometeu levar um documento assinado pelo próprio Presidente da República, autorizando a entrada na Reserva, porém a redação do site comando190 entrou em contato com a assessoria do Presidente da República, em Brasília/DF, e eles negaram qualquer participação ou aprovação do Presidente da República, Jair Bolsonaro, em invasões de terra, principalmente na Reserva Biológica do Jaru.
A Polícia Militar e a Polícia Federal já intensificaram o patrulhamento naquela região e redobraram a atenção, pois na última tentativa de invasão à Reserva Biológica, no ano de 2006, houve conflito entre os invasores e a polícia.
A redação do site também tentou entrar em contato com a direção do escritório da ICMBio, em Ji-Paraná, mas não obtiveram retorno.
No começo do mês, a Dracco 2 desencadeou a Operação Serra dos Reis, onde resultou em várias prisões de pessoas que planejavam invadir a Reserva Serra dos Reis, usando o mesmo "Modus Operandis", onde um advogado alimenta o sonho de pessoas gananciosas em busca de terras com documentos falsos.
RESERVA BIOLÓGICA ICMBio do Jaru (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
Criada em 2006 e com uma área total de 346.864,20 hectares, localizada às margens direito do Rio Machado, a Unidade de Conservação se localiza no bioma Amazônia e abriga espécies ameaçadas de extinção, como o gato-do-mato, a ariranha e a onça-pintada.
A Reserva Biológica do Jaru tem sede no município de Ji-Paraná e influencia diretamente comunidades do entorno como Santa Rosa-Vale do Paraiso, Machadinho D’Oeste e Vale do Anari. É a única unidade de conservação federal de proteção integral localizada na divisa de Rondônia com Mato Grosso, no interflúvio Madeira-Tapajós, uma das regiões brasileiras menos conhecidas cientificamente e de maior interesse para conservação do ponto de vista biológico. O local é apontado como uma das principais zonas de endemismos na Amazônia Meridional.
Com 353 mil hectares, a reserva mantém extensa área de Floresta Ombrófila Aberta (de transição entre a Floresta Amazônica e outras áreas extra-amazônicas) praticamente intocada, sendo praticamente o único maciço florestal com considerável nível de preservação na região leste de Rondônia. Desse modo, é um dos mais importantes refúgios para a fauna silvestre do estado e de toda a região.
Praticamente isolada de outras áreas protegidas, conectada apenas à Terra Indígena Igarapé Lourdes em sua divisa sul, a reserva tem seu entorno considerado como prioritário para conservação da biodiversidade amazônica.
Sua diversidade geológica resultou em uma variedade de paisagens e ambientes diferenciados, como vegetações rupestres, buritizais, tabocais e barreiros, que garantem grande riqueza florística e faunística, de elevada importância biológica.
A ocorrência de espécies endêmicas (exclusivas do local), raras, vulneráveis ou ameaçadas de extinção faz da reserva biológica uma área de extrema importância para a realização de pesquisas mais detalhadas sobre o bioma amazônico.
A unidade abriga espécies arbóreas, como castanheira, mogno, cerejeira e cedro, e da fauna, como a mãe-de-taoca-papuda, espécie endêmica do interflúvio Madeira-Tapajós, choca-de-garganta-preta e cachorro-do-mato- de-orelha-curta, raras em nível nacional, além do bicudo-encarnado, urutau-de-asa-branca, sapo-de-chifres , surucucu-do-pantanal e zogue-zogue, raras em nível estadual.
A reserva é moradia, ainda, de espécies de topo de cadeia trófica (alimentar), como o gavião-real, uiraçu-falso, onça pintada, suçuarana, ariranha, entre outras muito sensíveis à perda e fragmentação do habitat.
Diante da importância para a preservação da fauna e flora da Amazônia e do grande potencial científico, já há um movimento no sentido de ampliar os limites da unidade com o objetivo de proteger a totalidade das serras do Moquém e Providência.A Amazônia, além de guardar enorme quantidade de carbono, possuir uma imensa riqueza biológica e cultural, exerce importante função na regulação do clima e do regime hidrológico regional, nacional e global.
Este site acompanha casos policiais. Todos os conduzidos são tratados como suspeitos e é presumida sua inocência até que se prove o contrário. Recomenda-se ao leitor critério ao analisar as reportagens.